sábado, 22 de setembro de 2007

Sentimentos contraditórios...

A vida dá grandes voltas...
Nos últimos tempos (anos) senti dificuldade em lidar com amigas ou colegas que ficavam grávidas (e todas conhecemos este sentimento...) e depois senti dificuldade quando os seus bébés nasciam.
Desde o passado dia 12 de Setembro, data em que as três bébés gémeas tiveram alta do hospital e vieram para casa, fui "obrigada" a esconder esses sentimentos numa gaveta e seguir em frente.
Esta mãe precisa tanto de ajuda, que acaba por me ajudar a mim, mesmo sem o saber...
Quase todos os dias tenho ido visitá-los e é preciso sempre uma ajuda, ou há um biberão para dar, ou uma fralda para mudar, ou uma pequenina que chora e a mãe e o pai estão ocupados com as outras duas... enfim!
Ontem trouxe um saco de roupa suja das meninas para lavar, secar e passar a ferro. A roupa ficou estendida na minha marquise enquanto fui trabalhar das 16h às 24h. Quando cheguei a casa, já depois da meia noite, e entrei, sentia-se um cheirinho a bébé que me deixou arrepiada...
É estranho gerir estes sentimentos...
Embora saiba que me é muito mais fácil afastar de mamãs e seus rebentos, nesta situação acho que seria um tremendo egoísmo da minha parte fazê-lo.
Somos só duas pessoas, eu e uma colega, que damos ajuda directa ao casal e não chegamos para suprimir as necessidades de ajuda. Ambas trabalhamos e não conseguimos fazer melhor.
Utilizando a velha história do Tico e do Teco, um diz-me para me afastar para não sofrer, outro diz-me para ajudar porque eles precisam e não têm culpa da minha infertilidade.
Embora sinta uma satisfação enorme por poder ajudar (e nunca irei deixar de o fazer), faz doer...
Agora vou passar a roupinha das meninas a ferro...

Bom fim de semana